segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Umbanda



Para que você compreenda melhor a nossa religião, quer seja como médium, adepto ou simpatizante, é necessário conhecer qual a sua base de sustentação, em que cremos e como desenvolvemos as nossas práticas religiosas.

Primeiramente, saiba que religião é necessidade exclusiva do ser humano. Ela surge no plano humano, com codificação no plano divino e que a sustentará e individualizará em relação às outras de modo que seja compatível com a cultura, a crença e a evolução mental e espiritual dos seus seguidores. A sua criação e sustentação são sempre complexas, pois mobilizam toda uma hierarquia de Divindades que darão amparo e gerarão as condições para que ela possa se desenvolver, sem interferir nas demais, e congregar o maior número de adeptos. Assim aconteceu com todas as religiões existentes, ou que já existiram como acontecerá com as que surgirão.

A base sustentadora da religião Umbanda está em Deus e nos Tronos Divinos, em que temos assentados os nossos amados Orixás, nome que nós damos as Divindades de Deus que regem e guardam as Qualidades e Mistério que influenciam todos os sentidos da nossa vida. São sentidos da nossa vida: o sentido da fé, o sentido do amor, o sentido do conhecimento, o sentido da Lei, o sentido da Justiça, o sentido da Evolução e o sentido da Geração.

A maior de nossas crenças é Deus, ser supremo pelo qual a Umbanda tem o seu motivo de existir e servir. Deus é único, criador e sustentador de tudo que existe e existirá, porque assim ele quer e assim ele pode. Não temos Deus somente para nós ou um Deus diferente, só para nós. Ele é único e de todos. Não somos os seus prediletos, pois somos iguais a todos os outros que ele criou e, por conseqüência, não somos piores do que ninguém. Igualamo-nos, portanto, a todos que o amam. E por acreditar dessa forma, porque é assim que acontece, nossa religião não é melhor ou pior que qualquer outra e possibilita o mesmo que as outras possibilitam: um meio para que cada um religue-se a ele e evolua espiritualmente.

HISTÓRIA E SINCRETISMO


As raízes da Umbanda são difusas. Entretanto, podemos afirmar que ela foi criada em 1908 pelo Médium Zélio Fernandino de Moraes, sob a influência do Caboclo das Sete Encruzilhadas.

Antes disso, já havia, de fato, o trabalho de guias (pretos velhos, caboclos, crianças, exus, etc.), assim como religiões ou simples manifestações religiosas espontâneas cujos rituais envolviam incorporações e o louvor aos orixás. Entretanto, foi através de Zélio que organizou-se uma religião com rituais e contornos bem definidos à qual deu-se o nome de Umbanda.
Nesta época, não havia liberdade religiosa. Todas as religiões que apontavam semelhanças com rituais afros eram perseguidas, os terreiros destruídos e os praticantes presos.

Em 1945, José Álvares Pessoa, dirigente de uma das sete casas de Umbanda fundadas inicialmente pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, obteve junto ao Congresso Nacional a legalização da prática da Umbanda.

A partir dai muitas tendas cujos rituais não seguiam o recomendado pelo fundador da religião, passaram a dizer-se umbandistas, de forma a fugir da perseguição policial. Foi aí que a religião começou a perder seus contornos bem definidos e a misturar-se com outros tipos de manifestações religiosas. De tal forma que hoje a Umbanda genuína é praticada em pouquíssimas casas.

Hoje, existem diversas ramificações onde podemos encontrar influências que utilizam a palavra Umbanda, como as indígenas (Umbanda de Caboclo), as africanas (Umbandomblé, Umbanda traçada) e diversas outras de cunho esotérico (Umbanda Esotérica, Umbanda Iniciativa). Existe também a "Umbanda popular", onde encontraremos um pouco de cada coisa ou um cadinho de cada ancestralidade, onde o sincretismo (associação de santos católicos aos orixás africanos) é muito comum.

Mantém-se na Umbanda o sincretismo religioso com o catolicismo e os seus santos, assim como no antigo Candomblé dos escravos, por uma questão de tradição, pois antigamente fazia-se necessário como uma forma de tornar aceito o culto afro-brasileiro sem que fosse visto como algo estranho e desconhecido, e, portanto, perseguido e combatido.

Há discordância sobre as cores votivas de cada Orixá conforme o local do Brasil e a tradição seguida por seus seguidores. Da mesma forma quanto ao Santo sincretizado a cada Orixá.
Alguns exemplos:
- Exu - Santo Antonio no Rio de janeiro;
- Ogum - São Jorge ou Santo Antonio na Bahia;
- Oxossi - São Sebastião; no Brasil, São Jorge na Bahia;
- Xangô - São Jerônimo, São João Batista, São Miguel Arcanjo;
- Iemanjá - Nossa Senhora dos Navegantes;
- Oxum - Nossa Senhora da Conceição;
- Iansã - Santa Bárbara;
- Omulu - São Roque;
- Obá - Santa Rita de Cássia, Santa Joana d'Arc;
- Obaluaê - São Lázaro;
- Nanã - Sant'Anna;
- Egunitá - Santa Sara Kali;
- Oxalá - Divino Jesus Cristo, o Ser Cristalino.
 

OS FUNDAMENTOS
Existem alguns conceitos básicos que são encontrados na maioria das casas de Umbanda. São eles:
- A existência de uma fonte criadora universal, um Deus supremo, chamado Olorum, Zambi;
- A obediência aos ensinamentos básicos dos valores humanos, como: fraternidade, caridade e respeito ao próximo. Sendo a caridade uma máxima encontrada em todas as manifestações existentes; - O culto aos Orixás como manifestações divinas, em que cada orixá controla e se confunde com um elemento da natureza do planeta ou da própria personalidade humana, em suas necessidades e construções de vida e sobrevivência;
- A manifestação dos Guias para exercer o trabalho espiritual incorporado em seus médiuns ou "aparelhos";
- O mediunismo como forma de contato entre o mundo físico e o espiritual, manifesta de diferentes formas;
- Uma doutrina, uma regra, uma conduta moral e espiritual que é seguida em cada casa de forma variada e diferenciada, mas que existe para nortear os trabalhos de cada terreiro;
- A crença na imortalidade da alma;
- A crença na reencarnação e nas leis cármicas.

UM DEUS ÚNICO E SUPERIOR

Deus, em sua benevolência e em sua força emana de si e através dos orixás e dos guias (espíritos desencarnados) seu amor, auxiliando os homens em sua caminhada para a elevação espiritual e intelectual.

OS ORIXÁS

Na Umbanda os Orixás são energias, forças da natureza que estão presentes em todos os lugares, influenciando as pessoas e irradiando energias que mantém o equilíbrio natural dos elementos em relação ao universo.
Uma interpretação mais objetiva coloca os Orixás como espíritos que progrediram muito espiritualmente, não necessitando mais do processo reencarnatório, e que para darem continuidade no seu progresso espiritual possuem como missão organizar e orientar uma rede de espíritos com menos progresso espiritual do que eles, ajudando-os a progredirem espiritualmente.
Cada pessoa está ligada a um desses Orixás e suas características são encontradas em seus filhos, seja na forma física ou, mais evidente, nas características psicológicas e comportamentais a qual a pessoa está relacionada.
Os elementos nos quais se manifestam os orixás cultuados na Umbanda são:
Oxalá Onipresente;
Ogum estradas e campinas;
Oxossi nas matas;
Xangô nas pedreiras;
Iemanjá nos Mares;
Oxum cachoeiras;
Iansã nos ventos e tempestades;
Obaluaê na terra;
Nanã nas águas paradas e dos rios e lagos.

O CULTO UMBANDISTA

A Umbanda tem como lugar de culto o Templo, Terreiro, Tenda ou Centro, que é o local onde os Umbandistas se encontram para realização do culto aos Orixás e dos seus Guias, que na Umbanda se denominam Giras.
O chefe do culto no Centro é o Pai ou Mãe de santo ou (pode ser Babá, Zelador, Dirigiente, Diretor (a) de culto, Mestre (a), sempre dependendo da forma escolhida por cada casa). São os médiuns mais experientes e com maior conhecimento, normalmente fundadores do terreiro. É quem coordenam as sessões/giras e que irão incorporar o guia-chefe, que comandará a espiritualidade e a materialidade durante os trabalhos.
Como uma religião espiritualista, a ligação entre os encarnados e os desencarnados se faz por meio dos médiuns.
Na Umbanda existem várias classes de médiuns, de acordo com o tipo de mediunidade.
Normalmente há os médiuns de incorporação, que irão "Emprestar" seus corpos para os Guias e para os Orixás.
Há também os Atabaqueiros, que transmitem a vibração da espiritualidade superior por via dos atabaques, criando um campo energético favorável à atração de determinados espíritos, sendo muitas vezes responsáveis pela harmonia da gira.
Há os Corimbas, que são os que comandam os cânticos e as Cambonas ou Cambones que são encarregadas de atender as entidades, provisionando todo o material necessário para a realização dos trabalhos.
Embora caiba ao Pai ou Mãe de santo responsável o comando vibratório do rito, grande importância é dada à cooperação, ao trabalho coletivo de toda a corrente mediúnica.
Segundo a Umbanda, as entidades que são incorporadas pelos médiuns podem ser Preto-velhos, Caboclos, Boiadeiros, Crianças, Marinheiros, Ciganos, Baianos, Pombas Giras e Exus.

AS SESSÕES

O culto nos terreiros é dividido em sessões de Desenvolvimento e de Consulta, e essas, são subdivididas em Giras.
Nas sessões de Consulta, podemos encontrar Pretos-Velhos, Caboclos, Ciganos… As pessoas conversam com as entidades a fim de obter ajuda e conselhos para suas vidas, curas, descarregos, e para resolver problemas espirituais diversos.
As ocorrências mais comuns nessas sessões são o "Passe" e o Descarrego.
No passe, a entidade reorganiza o campo energético astral da pessoa, energizando-a e retirando toda a parte fluídica negativa que nela possa estar.
O Descarrego é feito com o auxílio de um médium, o qual irá captar a energia negativa da pessoa e a transferir para os assentamentos ou fundamentos do terreiro que contém elementos dissipadores dessas energias. Também a entidade faz com que essa energia seja deslocada para o astral. Caso seja um obsessor, o espírito obsediador é retirado e encaminhado para tratamento ou para um lugar mais adequado no astral inferior caso ele não aceite a luz que lhe é dada.
Nos dias de consulta há o atendimento da assistência e nos dias de desenvolvimento há as giras mediúnicas, que são fechadas à assistência, onde o Pai de Santo educam e ensinam os mecanismos próprios da mediunidade.


Ori = Coroa; Xá = Luz.
A palavra Orixá quer dizer “Coroa Iluminada”; “Espírito de Luz”. O princípio mais evoluído existente em nosso sistema, manifestado através das forças da natureza.
 

MÉDIUNS

Médium é toda pessoa que, segundo a Doutrina Espírita, que tem a capacidade de se comunicar com entidades desencarnadas ou espíritos, seja pela mecânica da incorporação, pela vidência (ver), pela audiência (ouvir) ou pela psicografia (escrever movido pelos espíritos).

A Umbanda crê que o médium tem o compromisso de servir como um instrumento de guias ou entidades espirituais superiores. Para tanto, deve se preparar através do estudo, desenvolvendo a sua mediunidade, sempre prezando a elevação moral e espiritual, a aprendizagem conceitual e prática da Umbanda, respeitar os Guias e Orixás; ter assiduidade e compromisso com sua casa, ter caridade em seu coração, amor e fé em sua mente e espírito, e saber que a Umbanda é uma prática que deve ser vivenciada no dia-a-dia, e não apenas no terreiro.

Uma das regras básicas da Umbanda é que a mediunidade não deve ser vista ou vivenciada vaidosamente como um dom ou poder maior concedido ao médium, segundo os Umbandistas, mas sim como um compromisso e uma oportunidade que lhe foi dada para resgate kármico e expiação de faltas pregressas antes mesmo da pessoa reencarnar. Por isso não deve ser encarada como um fardo, mas como uma oportunidade valiosa para praticar o bem e a caridade.
Existem médiuns que acabam distorcendo o verdadeiro papel que lhes foi dado e se envaidecem, agindo de forma leviana em suas vidas. O médium deve angir sua vida como sendo um mensageiro de Deus, dos Orixás e Guias. Ter um comportamento moral e profissional dignos, ser honesto e íntegro em suas atitudes, pois do contrário acaba atraindo forças negativas, obsessores ou espíritos revoltados que vagam pelo mundo espiritual atrás de encarnados desequilibrados que estejam na mesma faixa vibracional que eles. Por isso, desenvolver a mediunidade é um processo que deve ser encarado de forma séria e regida através de um profundo estudo da religião, e seguida por conceitos morais e éticos. Ser orientado e iniciado por uma casa que pratica o bem é essencial.
As pessoas que são médiuns devem levar sempre a sério sua missão, ter muito amor e dar valor ao que fazem, tendo sempre boa-vontade nos trabalhos de seu terreiro e na vida diária.

SAUDAÇÃO AOS ORIXÁS

OXOSSI

Saudação: Okê Bamba O’Clima, Okê Caboclo ou Oke Aro;
Okê Bamba O'Clima - kê = gritar; Okê = aquele que grita; Bamba - Valente (valentia) o'clima = acima ou de cima.
Okê Caboclo = Seria basicamente uma corruptela do anterior e significa por conseqüência: Salve o Caboclo que grita.
Okê Arô! = Okê = aquele que grita, Arô é um título de honra, uma autoridade. Portanto Okê Arô seria a "autoridade que fala mais alto".

OGUM

Saudação: Ogum nhê! Patakori Ogunhê!
Ogum nhê! = Salve Ogum!
Patakori Ogunhê! Patakori vem de pataki (principal, importante, supremo) + ori (cabeça, coroa) então Salve Ogum o principal da cabeça ou o Cabeça Principal. Ou ainda o senhor que encabeça. Que vem primeiro, na frente.

XANGÔ
Saudação: Kaô Kabecile!
Kaô Kabecile = Salve o Rei (senhor) de Oyó (cidade na África) ou ainda para Pierre Verger: “Venham ver e admirar o Rei.”

OMULU
Saudação: Atotô! = Silêncio! O senhor está na terra!

OXUM

Saudação: Ora iê iê ô! = "Salve benevolente mãezinha!"

IEMANJÁ
Saudação: Odoiá ou Odô iá! Odô = Rio; iá (iyá) = mãe, logo Mãe do Rio. Lembrando que na África Iemanjá era Orixá dos Rios.

IANSÃ
Saudação: Eparrei! - Aquela que corta com o raio.


O ATO DE BATER CABEÇA 
O ato de bater cabeça, talvez seja a parte da ritualística umbandista cuja simbologia esteja no inconsciente coletivo da humanidade desde o princípio dos tempos.
O ato de levar a cabeça ao solo é encontrado, praticamente, em todas as religiões e foi trazido para alguns protocolos do mundano tendo em vista que em muitas sociedades os seus soberanos eram tidos como representantes terrenos da divindade.

Seu significado pode ser interpretado como (reconhecimento) da submissão do ser humano, muitas vezes representada através de fenômenos da Natureza, Ou seja, a aceitação de nossas limitações diante daquilo que não podemos controlar. Trata-se, portanto, de um sinal de respeito e de entrega.
Também pode ser entendido como representação de humildade, bem como uma forma de agradecimento (exemplo: a Mãe-Terra que, através de seus mistérios, nos dá tudo o que nos sustenta e mantém).
Pode-se, então, dizer que na Umbanda bater cabeça significa respeito pelos orixás, guias e entidades que são representadas tanto pelo conga ou congar, como por pontos de força ou energia (a tronqueira e os atabaques), e ainda nas figuras dos mais velhos na religião.
A ritualística pode variar de terreiro para terreiro, função de doutrina e fundamentos próprios.


GUIAS (FIO DE CONTA) NA UMBANDA

Conhecidas também como “Cordão de Santo”, “Colar de Santo” ou “Guias”, são ritualisticamente preparadas, imantadas, de acordo com a tônica vibracional de quem as irá utilizar (médium e entidade), e conforme o objetivo a que se destinam.
São compostas de certo número de elementos (contas de cristal ou louça, búzios, Lágrimas de Nossa Senhora, dentes, palha da costa, etc.), distribuídos em um fio (de Aço, Náilon ou fibra vegetal), obedecendo a uma numerologia e uma cronologia adequada; ou ainda, de acordo com as determinações de uma entidade em particular.
As contas de louça lembram, por sua composição, a mistura de água e barro, material usado para criar o mundo e os homens, por isso são as mais usadas.

Para que servem

- Têm poder de elevação mental. Se utilizadas durante um trabalho espiritual, tem função de servir como ponto de atração e identificação da vibração principal e/ou falange em particular, atuante naquele trabalho, servindo assim como elemento facilitador da sintonia para o médium incorporado. Elas nos auxiliam em nossas incorporações, pois estas atraem a “energia” particular de cada entidade, captando e emitindo bons fluidos, formando assim, um círculo de vibrações benéficas ao redor do médium que as usa.

- Servem como pára-raios. Se há uma carga grande, ao invés desta carga chegar diretamente no médium, ela é descarregada nas guias, e se estas não agüentarem, rebentam.

- Podem ser utilizadas pelo médium, para “puxar” uma determinada vibração, de forma a lhe proporcionar alivio em seus momentos de aflição.

A ROUPA BRANCA 

O branco na verdade não é uma cor, e sim o somatório de todas elas e, por isso, traz consigo as propriedades terapêuticas de todas além de ser essencialmente refletora, inclusive de cargas astrais. O branco também favorece a mente estimulando a pensamentos mais puros e sublimes. Por isso são usadas nos Centros de Umbanda as roupas brancas. Sendo assim, o médium deverá zelar por ela, aguardando-a em separado do restante das roupas. Sua lavagem deverá ser feita também em separado preferencialmente.

REENCARNAÇÃO

Ato natural do ciclo de vida (vida - morte - renascimento); aperfeiçoamento do espírito e do próprio homem.
Consiste na crença de que várias existências são necessárias para se chegar ao equilíbrio evolutivo e aos diversos planos da espiritualidade.
A origem dessa crença é indiana e penetrou em várias religiões ao longo dos séculos: Religiões Hindus, Budismo, Umbanda, Candomblé, Espiritismo etc.

O KHARMA 

Lei reencarnatória a qual todos estamos subordinados que dita a forma e os meios pelos quais será dado o retorno a um corpo material a fim de resgatarmos nossos erros (de existências passadas) e fazer cumprir boas ações (na existência futura).
O Kharma ultrapassa as barreiras temporais da materialidade fazendo com que o espírito cumpra sua passagem pela Terra não reencarnando, mas sim, como um Guia (Preto-Velho, Caboclo, etc.; no caso da Umbanda). O qual tem como comprometimento, missão ou provação guiar e ajudar os seres humanos e outros espíritos.